
Eu moro numa casa,
Moro num lugar,
Onde tudo era perfeito
E não sabia o que era errar.
As paredes intocáveis,
Com memórias em todo o lado,
Mostravam a beleza
De um Mundo desejado.
O meu quarto tinha...
Tinha tudo o que eu queria:
Uns incriveis sentimentos,
Que existiam!, e eu nem sabia!
Pelo espaço me levavam!!
E me faziam acreditar,
Que nada tinha defeito
E ninguém sabia errar.
O telhado transparente
Simulava um belo céu,
Onde era sempre claro
Como uma folha de papel.
Nesta casa enigmática
Não se via escuridão,
Um casulo a protegia
Pra manter sua perfeição.
Do chão foi concebido
Um caminho só de ouro,
Que me levava apenas
Por lugares de tesouro.
Numa sala se encontrava
Pedaços de abstração:
Beleza, inteligência;
Tudo bom na ilusão.
Num belo dia de insônia,
A casa saí a explorar.
Desviei da rota amarela,
Pra curiosidade saciar.
no porão uma porta escura
Escondia luzes de dúvida,
Não hesitei nenhum segundo
Em descpbrir um novo mundo.
Então surpresa eu fiquei,
Quando no quarto entrei.
Uma luz branca me cegava,
Luz que vinha de uma caixa.
Ao chegar perto decifrei
Que ela era uma prisão.
Ao tentar abri-la me encontrei:
Presa a ela: a perfeição!
No momento não entendi
O que aquilo denotava;
Foi aí que eu senti,
Outra caixa me chamava!
esta agora, madeira velha,
Também era uma priisão.
Desconhecia o que tinha nela,
Algo chamado imperfeição.
Sem saber o que fazer,
Soltei então quem conhecia.
esta logo me agradeceu
E perguntei o que ali fazia.
Estava aqui para salvar
Um lugar chei de erros.
suas vidas vim melhorar,
E evitar outros defeitos.
Mas uma coisa aprendi
É que ninguém é perfeito.
Pensando assim eu sofri
E fiquei presa desse ''jeito''.
Pois no mundo há severos,
E não perdoam um engano.
Então me quiseram po perto
Para não estragar este plano.
Uma ideia foi brotada,
O primor ainda amava,
Mas como aprender a errar
Ao desta casa me livrar.
No quarto um velho machado,
Deu-me forças para arriscar,
Destruí a caixa onde estava
A outra voz a me chamar.
Foi então que conheci:
Condutas estranhas;
As pessoas erravam
E ainda eram humanas!!
Percebi que com os erros,
Aprendiam cada vez mais,
Tornavam-se melhores
E fortes como canibais!
Então porque viver num mundo,
Ser perfeito e viver de aparência,
Sem poder ser uma vez em vagabundo
E aprender com a sua indecência?
Do domínio da casa me livrei,
Fui em busca de um novo lugar,
Onde busco o que é correcto
E, principalmente, onde possa errar!